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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Mais do que entreter, interagir ou fazer as tarefas escolares com os pequenos, os responsáveis vivem o desafio de explicar a eles as razões do isolamento social e da saudade
Nada de escola, shopping, pracinha ou encontros com os amiguinhos. Essa tem sido a rotina das crianças durante a pandemia do coronavírus. E, ainda que o período de isolamento possa proporcionar mais interação em família, visto que muitos adultos não estão saindo para trabalhar em função do fechamento das empresas, as crianças percebem que algo está diferente. Além disso, sempre atentas, elas observam que os noticiários e os comentários pelas redes sociais, que emitem um alerta ao mundo todo, têm alterado o dia a dia de muitas pessoas.
Diante disso, os responsáveis deparam com outro desafio: como explicar a razão das proibições de sair e de ficar longe dos avós e outros familiares por causa de uma doença?
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Segundo a psicóloga especializada em infância e adolescência Luciana Costabeber, é importante que os responsáveis expliquem às crianças, de forma clara, o que se passa no mundo:
- Temos que respeitar a capacidade de entendimento das delas. Elas precisam sentirem-se seguras, cuidadas e protegidas.
Conforme Luciana, o ideal é inserir os pequenos nos novos hábitos a ponto de saberem o quanto podem contribuir para evitar o tão falado vírus. E, mais do que isso, a sinceridade deve nortear o diálogo.
Nessas conversas, os termos utilizados e os momentos de falar nos assunto podem variar conforme a idade. A psicóloga diz que não há a necessidade de se falar em morte, caso as perdas pessoais ainda não façam parte da experiência da criança.
- Uma ideia é dizer que existe um bichinho que está no ar e que, além de fazer muito mal, principalmente para o vovô e a vovó, pode ser transmitido pelo abraço ou beijo. Podemos explicar de várias maneiras. Só não dá para omitir a verdade - fala Luciana.
Depois de explicar as razões de não visitarem os amiguinhos, colocar as crianças em contato por WhatsApp ou telefone ajuda a amenizar a saudade. É melhor não prever o fim do confinamento.
- Se o prazo não se cumprir, pode haver mais frustrações. As crianças sentem falta dos avós, dos amigos, da professora. Nem sempre entendem porque não podem ir a festinhas ou na casa do vizinho. Isso tudo pode provocar uma percepção negativa de futuro. Deem espaço para elas falarem nos seus medos - acrescenta a especialista.
Dentro desse gerenciamento de emoções e comportamentos, é bom manter, na medida do possível, a rotina das crianças, com regras e outras atividades habituais. Jogos e brincadeiras são ótimos remédios.
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EDUCAÇÃO
E quanto aos conhecimentos que seriam adquiridos nos bancos escolares? Segundo a pedagoga e mestre em Políticas Públicas e Gestão Educacional Janaína Stafford, papais e mamães precisam motivar os filhos a estudar em casa. As plataformas digitais são grandes aliadas do aprendizado. (veja outras dicas ao lado).
- Várias escolas conseguiram se organizar para que os estudantes levassem atividades para casa. Algumas delas usam diferentes plataformas educacionais, pelos quais estão orientando os alunos. As escolas públicas podem e devem investir no uso das redes, seja orientando via Facebook, grupo de WhatsApp ou Google Sala de Aula, por exemplo - sugere a pedagoga, que é professora e coordenadora pedagógica de Educação Infantil e Anos Iniciais da Escola Francisca Weinmann.
COMO AMENIZAR OS DIAS TENSOS PARA AS CRIANÇAS?
- Crianças e jovens devem acordar no horário habitual, vestir-se adequadamente, alimentar-se de maneira saudável e se dedicar aos conteúdos que seriam trabalhados em sala de aula
- Pode ser montado um cronograma com horários de estuda e entrega de trabalhos ou avaliações
- A comunicação, pelas redes sociais ou plataformas educacionais disponibilizadas pelas escola, deve ser mantida. As redes fortalecem os laços de amizade construídos na escola
- A interação familiar deve ser incentivada. Busque atividades como reorganizar os móveis da casa e montar quebra-cabeças
- Mexam-se! Frustração e tédio podem surgir quando crianças não estão fisicamente ativas. Investir em exercícios criativos é uma excelente opção. Pode der criada, por exemplo, uma pista de obstáculos no corredor do apartamento ou jogos podem ser feitos no pátio de casa
- O período é propício para tarefas como organizar os brinquedos e separar roupas para doação
*Colaborou Rafael Favero